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Por trás dos números: A batalha de Lucas pelo bem-estar no trabalho

Lucas, analista de RH sênior, olhava para a tela do computador e via mais do que uma planilha. Ele via histórias. Cada linha na sua tabela de turnover recorde era um colega que havia partido, uma cadeira vazia, um projeto interrompido. Aos 32 anos, ele entrou para o Recursos Humanos com o sonho de desenvolver pessoas, mas em sua empresa, uma consultoria movida por metas agressivas, ele se sentia mais como um administrador da exaustão.

 

O clima era de uma pressão constante. O ar condicionado parecia gelar mais nas salas onde as equipes não batiam as metas, e o silêncio tenso era quebrado apenas pelo som frenético dos teclados. Lucas via os sinais: os olhares cansados nas reuniões, os pedidos de licença médica disfarçando um esgotamento profundo e, claro, as demissões.

 

A gota d'água veio em uma reunião de diretoria para discutir a alta rotatividade. "O problema é a falta de resiliência desta nova geração", sentenciou um dos diretores, cruzando os braços. "No meu tempo, a gente trabalhava o dobro e não reclamava."

 

Enquanto os outros balançavam a cabeça em concordância, Lucas sentiu uma onda de indignação. Ele não podia mais ficar em silêncio. Aqueles não eram apenas números. Eram pessoas.

 

"Com todo o respeito, o problema não é a resiliência das pessoas. É a sustentabilidade do nosso ambiente", disse Lucas, sua voz mais firme do que ele esperava. "Estamos tratando o sintoma, que é o turnover, e não a doença, que é o burnout sistêmico."

 

O diretor o encarou, cético. "Burnout? Isso é desculpa para não querer trabalhar. O que você sugere? Aulas de ioga e meditação?"

 

O sarcasmo poderia tê-lo intimidado, mas Lucas estava preparado. Ele sabia que, para convencer aquela liderança, precisaria falar a língua deles: dados e resultados. "Eu sugiro algo mais concreto. Sugiro que me deixem provar que cuidar das pessoas é a estratégia mais lucrativa que podemos ter."

 

Nos dias seguintes, Lucas mergulhou em um trabalho de investigação. Ele transformou as entrevistas de desligamento em fontes ricas de dados qualitativos, compilou anonimamente os motivos reais da saída das pessoas e cruzou os números de absenteísmo com os picos de pressão por metas. Ele estava construindo um caso irrefutável.

 

Com os dados em mãos, ele identificou a gerente de uma das áreas mais críticas, Ana. Ela também estava perdendo seus melhores talentos e se sentia de mãos atadas. Lucas marcou uma conversa e, em vez de apresentar um problema, apresentou uma parceria. "Ana, sei que sua equipe está sofrendo. E se, juntos, criássemos um ambiente onde eles pudessem prosperar? Me ajude a construir um projeto-piloto."

 

Juntos, eles desenharam um plano de ação focado na equipe de Ana. Não era sobre grandes investimentos, mas sobre mudanças inteligentes: horários de trabalho mais flexíveis, uma política de "não-reuniões" às sextas-feiras para foco total, e workshops práticos sobre gestão de estresse e comunicação não-violenta, facilitados pelo próprio Lucas. O mais importante: eles definiram métricas claras para medir o impacto em 3 meses — produtividade, taxa de absenteísmo e um índice de satisfação da equipe.

 

O clímax de sua jornada não foi um grande discurso, mas a apresentação de um gráfico. Três meses depois, Lucas e Ana estavam novamente na sala da diretoria. No telão, um gráfico simples mostrava os resultados do projeto-piloto: a produtividade da equipe de Ana havia aumentado em 15%, o absenteísmo caiu 40%, e o índice de satisfação saltou de 4 para 8.5.

 

"Nós não gastamos um real a mais", explicou Lucas. "Nós apenas investimos em confiança, autonomia e bem-estar. O resultado, como podem ver, não é apenas um time mais feliz, mas um time mais eficiente."

 

O diretor que antes o havia desafiado olhava para os números, em silêncio. Pela primeira vez, ele não via "custo", mas "oportunidade".

 

A transformação de Lucas foi a de um analista reativo para um agente de mudança proativo. Ele aprendeu que, para mudar uma cultura, não basta ter boas intenções. É preciso ter coragem, estratégia e a habilidade de traduzir a empatia em uma linguagem que todos na organização possam entender: a linguagem do progresso.

 

A história de Lucas nos mostra que a saúde mental no trabalho não é um luxo, mas o alicerce de qualquer negócio que deseje ser sustentável. Começa com um olhar atento, uma voz corajosa e a prova de que, por trás de cada número, existe uma pessoa buscando um lugar seguro para crescer e contribuir.

Imagem do autor Carla Massochini

Carla Massochini

03 de outubro de 2025

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